Como as mudanças da Meta podem impactar o mercado de influenciadores?

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O ano mal começou e a Meta, através de seu CEO Mark Zuckerberg, anunciou decisões polêmicas que podem trazer preocupações ainda maiores em questões de segurança, moderação e privacidade nas mídias sociais.

Diversos especialistas de marketing e analistas já discutiram essas mudanças sob diferentes perspectivas. Afinal, elas afetam tanto a rotina dos usuários das redes sociais quanto relações geopolíticas e econômicas. Além disso, o pronunciamento sobre as mudanças da empresa incitaram críticas e questionamentos sobre quem limita e controla o poder das Big Techs. Quando essas gigantes de tecnologia atuam de forma tendenciosa, em cooperação com um governo ultra conservador como o de Trump, torna-se ainda mais complexo debater o que é censura e o que é liberdade de expressão.

Mas aqui, quero focar no impacto dessas decisões no universo dos influenciadores, especialmente no Brasil. Embora o futuro seja incerto, já podemos nos preparar para cenários possíveis:

1 – Se as redes sociais da Meta seguirem o exemplo do X e forem banidas do Brasil?

Em uma hipótese mais extrema, se a Meta decidir não cumprir determinações legais do governo brasileiro, como fez a rede X (antigo Twitter), plataformas como Instagram, Threads, Facebook e WhatsApp correm o risco de serem banidas no país.

Nesse caso, é recomendável que influenciadores e empresas, que usam essas redes como importante meio de divulgação e venda, comecem a fazer backup de seus principais conteúdos e que explorem desde já novas plataformas e estratégias de comunicação.

2 – Esse cenário de incerteza e críticas à postura da Meta seria o empurrãozinho necessário para usuários, criadores e empresas buscarem novas plataformas?

Com essa possível migração gradual de usuários e empresas para outras redes, é natural que criadores também busquem estar onde sua audiência e as verbas publicitárias estão. Minha aposta é que o Instagram, aos poucos, perderá a hegemonia em investimentos e oportunidades para criadores.

Quem consome o TikTok percebe que as gerações mais novas já passam muito mais tempo lá do que no Instagram. Então talvez esse seja o empurrãozinho que faltava para outras marcas e criadores olharem para essa e outras redes fora do grupo Meta, como Pinterest, YouTube, Reddit, Spotify…

3 – Com a credibilidade já em baixa, influencers serão ainda mais desafiados a demonstrar sua responsabilidade e a veracidade daquilo que divulgam

Se a eliminação dos “checadores de fatos” profissionais se concretizar, veremos ainda mais notícias falsas circulando. Além disso, com a evolução da inteligência artificial e o aumento de conteúdos “deep fake” torna-se cada vez mais difícil distinguir o que é real do que é criado artificialmente. Nesse cenário, a audiência fica mais incerta sobre no que e em quem confiar.

Recentemente, uma matéria da revista Piauí revelou que influenciadores fizeram contratos milionários com empresas de apostas e jogos digitais, lucrando às custas das perdas dos usuários. São situações como esta que reforçam, com razão, a falta de confiança nos influenciadores. A sociedade, cada vez mais atenta e crítica, provavelmente irá filtrar melhor os perfis de influenciadores e celebridades que decide seguir e com quem deseja engajar.

O momento, portanto, desafia os bons criadores de conteúdo a demonstrarem para sua audiência e para as marcas parceiras que sua divulgação tem credibilidade e que sua influência é responsável.

4 – Criadores de conteúdo que representem comunidades mais vulneráveis, invisibilizadas ou que sofrem preconceitos podem ter que encarar ambiente ainda mais hostil

Sem a moderação qualificada e iniciativas de inclusão, as redes sociais da Meta podem se tornar ainda mais hostis. Grupos mais vulneráveis e alvos de ataques preconceituosos, como a comunidade LGBTQIAPN+, ativistas antirracistas e feministas, já enfrentam ofensas graves e podem encontrar ainda mais agressividade e insegurança no ambiente digital. A falta de regulamentação e de responsabilidade da Meta não apenas coloca essas comunidades em risco, mas também prejudica muito a identificação e punição de quem é intolerante com as diversidades.

Podemos estar diante de mais um momento decisivo para o futuro das redes sociais e, consequentemente, para o marketing de influência.

O que vocês acham dessas mudanças? E sobre como elas podem impactar o setor de influenciadores e criadores de conteúdo no Brasil? Vamos debater!

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